Atualizado em 23 de outubro de 2021
Uma coisa é certa: boa parte dos relatos sobre o Deserto do Atacama recomendam fortemente que você não visite o Salar de Tara por conta própria. Sim, é verdade que um pedaço bem interessante do passeio é feito de forma off-road, sem estradas habituais. Sim, também é real que a rota do tour tradicional se encontra fora de operação devido às medidas de proteção ambiental. Por outro lado, existe sim a possibilidade de conhecer esse pedacinho de paraíso de forma independente e sem transgredir qualquer regra e, é sobre isso que vamos falar nesse post aqui. =)
Salar de Tara por conta própria é possível, sim!
O Salar de Tara é tido por muitos como o passeio mais bonito do Deserto do Atacama. Acontece que já faz um bom tempo que boa parte da área em que ocorre esse tour se encontra fechada pelo órgão de proteção ambiental local. A boa notícia é que ainda há alguns atrativos do Salar de Tara que podem ser visitados e eles são vendidos pelas agências em uma excursão de dia inteiro chamada Rota dos Salares. Tá, muitas ainda vendem como Salar de Tara, mas o itinerário está modificado.
Como estávamos fazendo o Atacama de carro, decidimos que iríamos conhecer um pedacinho desse salar por conta própria, respeitando as áreas preservadas e principalmente, os nossos limites – e o do carro, claro! A bem dizer, realmente não é uma boa ideia se perder ou atolar no meio do deserto, onde há possibilidade zero de comunicação via celular e internet. Acredite, existem casos de pessoas que se arriscaram além do necessário e passaram a noite isoladas dentro do carro, com temperaturas negativas à tira colo.
Entretanto, não se assuste! Essa área do Salar de Tara que nós conhecemos dá pra você visitar tranquilamente por conta própria, ainda mais se você estiver com um carro um pouquinho mais preparado.
Como chegar no Salar de Tara
O Salar de Tara está a mais ou menos uns 140 km de San Pedro de Atacama, quase na fronteira com a Argentina. A estrada até lá é a Ruta 27, que possui boas condições, além de visuais incríveis ao longo do caminho. Se você jogar no GPS verá que não aparece nenhum trajeto até ele, justamente porque não há estradas convencionais, somente marcas de pneus. No entanto, o GPS mostra rotas para alguns pontos do Salar de Tara, mesmo não havendo estradas pavimentas, como é o caso dos Monjes de La Pacana. Explicarei melhor mais à frente.
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Evite surpresas caso você precise de um atendimento médico durante a sua viagem e não viaje sem um seguro viagem internacional. Tendo a cobertura de um seguro você evitará gastos extras astronômicos caso precise realizar alguma consulta ou ser atendido em hospital. Acredite, por mais que a gente sempre espere que não tenhamos imprevistos durante as férias, eles podem acontecer. Eu precisei de atendimento médico no Deserto do Atacama e se não tivesse um seguro teria gasto o que tenho e o que não tenho de grana. rs. Fechamos os nossos com a Real Seguros porque eles dão vários descontos, parcelam em 12x no cartão e trabalham com as melhores seguradoras. Além disso, são confiáveis e nós nunca tivemos nenhum problema!
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Pontos do Salar de Tara que visitamos de carro, por conta própria:
Uma coisa que eu não fazia ideia é que é possível ver uma parte do Salar de Tara ainda da estrada, ou melhor, beirando a estrada. E, inclusive, há uma placa sinalizando isso. Olha aí, as coisas já ficaram muito mais fáceis, né? Toda a área do salar é enorme e obviamente se divide em outras pequenas áreas. E foram algumas dessas pequenas áreas que nos propusemos a visitar.
Uma coisa muito importante que não posso deixar de mencionar é que esse passeio, assim como as Lagunas Altiplânicas e os Geysers del Tatio, é um dos que mais possuem altitude no Deserto do Atacama, ficando pouco abaixo dos 5.000 metros em alguns trechos. Ou seja, é necessário beber bastante água e se preservar ao máximo para não sofrer com o mal de altitude. Se você estiver dirigindo, então, a atenção e os cuidados devem ser redobrados. Em breve farei um post dando dicas de como evitar o mal de altitude.
Outro ponto importantíssimo, principalmente para nós mulheres, é que não há banheiros nessa região. Então, se prepare para usar e abusar do banheiro inca – vulgo xixi no mato – e não se esqueça de colocar aquele rolo de papel higiênico na bolsa.
Monjes de La Pacana
Nossa primeira parada foi em um lugar chamado de Monjes de La Pacana, um local cheio de rochas esculpidas pela ação do vento. Eles têm esse nome porque teoricamente seus formatos remetem aos monges, mas também são conhecidos como Moais de Tara, em um referência aos Moais da Ilha de Páscoa. Eles podem ser vistos ainda de longe, na estrada, só que é bem mais é legal é se aventurar um pouquinho e chegar mais perto. Aliás, são muitas rochas distribuídas por uma enorme área.
A mais famosa de todas é a Pedra do Índio, com mais de 25 metros de altura. Dizem ter esse nome porque o seu ponto mais alto lembra o rosto de um índio. Confesso que não consegui enxergar… fazer o quê? rs. Ela também é conhecida como O Guardião, pelo fato de ser enorme e estar deslocada das demais.
Neste ponto já não há estradas e você se guiará de acordo com as marcas dos pneus. Foi o que fizemos e aproveitamos para explorar um pouquinho o local. Aqui o chão é completamente de terra e em alguns pontos ela é bem fofa e com pedras, por isso, é necessário ter um pouco de cuidado. Vimos algumas vans de turismo trafegando por lá, o que mostra que não é obrigatório ter um carro 4×4 para fazer essa parte do passeio – embora não seja de todo mal.
Parte mais alta dos Monjes de La Pacana
Algumas pessoas ainda seguem por conta própria até um lugar chamado Catedrais de Tara, mas nós optamos por não ir. Esse ponto também é visitado pelas agências.
Mirante para o Salar de Tara
Logo em seguida, saímos dos Monjes de La Pacana e continuamos o caminho off-road até um mirante. A vista é linda e o mirante é bem grande.
Mirante para o Salar de Tara
HOSPEDAGEM EM SAN PEDRO DE ATACAMA
San pedro de Atacama conta tanto com hospedagens baratas como com hotéis de luxo. Então, não importa qual tipo de viajante você é, você não estará desamparado ficando na cidade. Como nós somos mais econômicos, nos hospedamos em dois lugares com um bom custo x benefício. Primeiro ficamos no Hostal Lickana, bem na principal rua de San Pedro e curtimos bastante. Em nossa segunda vez por lá ficamos em um quarto tipo estúdio do Hostal Millantu e gostamos bastante também, mesmo ficando a mais ou menos uns 10 minutos de caminhada do centro. Por outro lado, hoje em dia já há várias opções disponíveis no AirBnb e através desse link nós te damos até 179 reais em desconto na sua primeira reserva. Aqui no blog também tem um post com dicas de onde ficar no Atacama sem gastar muito. =)
Laguna de Tara
Lembram que eu falei que dava pra ver uma parte do Salar de Tara beirando a estrada? Então, chegamos nesse ponto. Assim que saímos do mirante decidimos que iríamos até a Laguna de Tara. Ao observarmos o caminho, vimos que tinha como voltar para a rodovia e descer novamente até a laguna através de um acesso. Foi isso que fizemos.
Essa parte do salar fica do lado esquerdo da rodovia, sentido Argentina. Ou seja, se assim como nós você também seguir por essa direção, tenha cuidado na hora de fazer a conversão na estrada. Assim que você pegar o acesso para a Laguna de Tara, não trafegue ou estacione próximo à laguna. Existem pontos na estrada que funcionam como mirantes e é nesses lugares que você deve estacionar. Da mesma forma, não pode chegar muito perto da laguna, justamente por conta da proteção ambiental que é totalmente necessária.
Laguna de Tara
O visual dali foi realmente incrível e sem dúvidas, um dos mais bonitos da viagem! Mesmo não tendo feito todo o rolé completo, vale a pena demais! Ainda poderíamos ter seguido um pouco mais em direção à Argentina para conhecer a Laguna Negra e o Salar de Quisquiro, mas preferimos fazer o caminho de volta para San Pedro de Atacama pois ainda queríamos parar em mais dois lugares.
E pela Ruta 27…
Mirador Quebrada de Quepiaco
Após deixarmos o Salar de Tara, resolvemos parar em alguns pontos especiais no caminho de volta para San Pedro de Atacama. O primeiro deles foi no Mirador Quebrada de Quepiaco, também chamado de Bofedal de Quepiaco. O local tem um mirante belíssimo como vista para as montanhas avermelhadas e para o bofedal, um aquífero que é casa de diversas aves e animais. É como se fosse um pantanal, sabe? Lindo demais!
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Mirante para o Vulcão Licancabur
Em seguida, pegamos estrada novamente em busca da próxima parada: um mirante para o Vulcão Licancabur. Ao longo da rodovia existem diversos pontos com vistas para o vulcão mais emblemático do Deserto do Atacama. Em todos eles há uma placa sinalizando, então, basta apenas você ficar de olho no caminho de ida para escolher o melhor ponto e parar na volta. É claro que, estando de carro, não perderíamos a oportunidade de encerrar o dia fazendo uma foto dessas, né?
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